Atividades Escolares

Projeto Como trabalhar com Poemas

Projeto Como trabalhar com Poemas

Como trabalhar com Poemas com crianças das series iniciais? Confira este projeto educativo com dicas e passo a passo de como fazer:

O Projeto Como trabalhar com Poemas tem os seguintes objetivos principais:

Os temas transversais são:

Ética: diálogo, respeito mútuo, solidariedade, cooperação. Uso e valorização do diálogo como instrumento para esclarecer os conteúdos e de compartilhar descobertas.

Pluralidade Cultural: 
diferentes formas de transmissão de conhecimento: práticas educativas nas diferentes culturas.

Meio ambiente

Material a ser utilizado

Procedimentos do Projeto Como trabalhar com Poemas

Procedimentos do Projeto Como trabalhar com PoemasProcedimentos do Projeto Como trabalhar com Poemas

Veja ainda: Projeto Cantinho da Leitura.

Primeira etapa: Sensibilização

Peça aos alunos que tragam um tipo de poema que gostam.

Forme uma “Biblioteca de Classe” e faça intercâmbio de leitura.

Motive as crianças a pôr as emoções para fora, procure aguçar os sentidos e trazer à tona as emoções mais profundas e pessoais, que serão fundamentais para elaborar os poemas.

Aproveite períodos especiais com seus alunos para montar poemas coletivos, que exercitam a fluência verbal. Anote no quadro-negro as palavras que eles lembrarem.

O poema é feito em seguida, com os termos listados. Propor atividades onde elas possam mexer com giz de cera, tintas, argila ou papel machê.

Fazer desenhos ou esculturas de flores, vulcões, animais. O tema é livre.

Segunda etapa

As crianças também precisam ler muitos poemas, para apurar a sensibilidade e o senso crítico.

Na fase da expressividade, propor aos alunos para escreverem palavras que vêm à mente, inspiradas pelo desenho ou pela escultura.

Com base nessa lista, os alunos poderão montar o seu poema.

O professor poderá sugerir novas relações entre as palavras ou formas de explorar as sensações sugeridas pelo texto.

Os alunos devem se sentir livres para buscar associações incomuns entre as idéias.

Vale tudo com o poema. As crianças adoram inventar rimas, enquanto os adolescentes preferem os versos livres.

Algumas vezes, mais importante que rimar é buscar a sonoridade das palavras, procurando acentuar o significado e as emoções que se deseja passar.

Criar novas rimas é um exercício que faz os alunos ficarem atentos à sonoridade das palavras.

Mantenha um verso fixo e peça para as crianças rimarem os seguintes.
Elas às vezes buscam palavras que apenas combinam entre si, mas não têm relação de significado com o poema.

Terceira etapa

Crie através da leitura de alguns poemas, a imaginação nos ouvintes, pois através desse estímulo, a criança vai entender que vale a pena esforçar-se para obter as informações de maneira prazerosa e divertida.

Recorte palavras ou versos e deixe que os alunos os montem como acharem melhor. Eles ficarão surpresos ao verificar que uma mesma poesia pode apresentar muitas combinações diferentes.

É uma forma de exercitar a coerência e mostrar que um poema é uma unidade, não um amontoado de palavras.

Quarta etapa

Os alunos podem levar para a sala fotos próprias ou de lugares conhecidos. Ou então, fotos de revistas.

Peça para contarem à classe as sensações ou lembranças despertadas pelas imagens.

Faça a lista de palavras, que servirá de base para os poemas.

No laboratório de informática, digitar os poemas criados e imprimi-los.
Divida a turma em grupos de três ou quatro e distribua a cada equipe, um saco plástico que contém de cinco a dez poemas de um autor escolhido pelas crianças.

Os alunos deverão ler os poemas e finalizada a leitura, a professora deverá distribuir materiais de desenho para os alunos. Cada estudante escolhe um dos poemas lidos para ilustrar.

Depois que todos terminam seus desenhos, a professora oferece aos alunos livros do autor que eles podem levar para ler em casa. Em média, oitenta por cento da classe leva um livro de um autor já trabalhado.

Peça-lhes para revisarem a escrita dos poemas, observando palavras com erros ortográficos e de pontuação, indicando as correções apropriadas.
Usar o dicionário para verificação da escrita das palavras, criando nos alunos o hábito de consultá-lo para esclarecer dúvidas.

É importante não mexer no texto assim que achar um erro. A criatividade e a expressividade são mais importantes que a grafia.

Encontrado um erro, é melhor perguntar à criança se deve ser mantido ou corrigido: ela é quem dá a palavra final.

Também confira: Projeto Leitura de Fábulas.

Trabalho interdisciplinar

História: Pesquisar histórias folclóricas, contos de fadas, mitos, lendas que as crianças adoram e montar poemas.

Artes e Teatro: Fazer uma dramatização de um poema e confeccionar um livro de poesias ilustrado.

Música: Pesquisa de letras de música para ler e ensaiar a melodia. Observar versos, estrofes, quadras.

Matemática: contagem das estrofes numa poesia.

Informática: Reprodução dos poemas, confecção do livro e das ilustrações.

Educação Física: Integrar as danças típicas e suas poesias.


15 poemas famosos para leitura

importância da leitura na educação infantil é muito grande.

Ela tem a capacidade de formar cidadãos ativos na organização de uma sociedade mais consciente e crítica.

1. O Menino Azul – Cecília Meireles

O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.

O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
– de tudo o que aparecer.

O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.

E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.

(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Ruas das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)

2. Pontinho de Vista – Pedro Bandeira

Eu sou pequeno, me dizem,
e eu fico muito zangado.
Tenho de olhar todo mundo
com o queixo levantado.

Mas, se formiga falasse
e me visse lá do chão,
ia dizer, com certeza:
— Minha nossa, que grandão!

3. A porta – Vinicius de Moraes

Sou feita de madeira
Madeira, matéria morta
Não há nada no mundo
Mais viva que uma porta

Eu abro devagarinho
Pra passar o menininho
Eu abro bem com cuidado
Pra passar o namorado

Eu abro bem prazenteira
Pra passar a cozinheira
Eu abro de supetão
Pra passar o capitão

Eu fecho a frente da casa
Fecho a frente do quartel
Eu fecho tudo no mundo
Só vivo aberta no céu!

4. Poeminha do Contra – Mario Quintana

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!

5. O Direito das Crianças – Ruth Rocha

Toda criança no mundo
Deve ser bem protegida
Contra os rigores do tempo
Contra os rigores da vida.

Criança tem que ter nome
Criança tem que ter lar
Ter saúde e não ter fome
Ter segurança e estudar.

Não é questão de querer
Nem questão de concordar
Os direitos das crianças
Todos têm de respeitar.

Tem direito à atenção
Direito de não ter medos
Direito a livros e a pão
Direito de ter brinquedos.

Mas criança também tem
O direito de sorrir.
Correr na beira do mar,
Ter lápis de colorir…

Ver uma estrela cadente,
Filme que tenha robô,
Ganhar um lindo presente,
Ouvir histórias do avô.

Descer do escorregador,
Fazer bolha de sabão,
Sorvete, se faz calor,
Brincar de adivinhação.

Morango com chantilly,
Ver mágico de cartola,
O canto do bem-te-vi,
Bola, bola,bola, bola!

Lamber fundo da panela
Ser tratada com afeição
Ser alegre e tagarela
Poder também dizer não!

Carrinho, jogos, bonecas,
Montar um jogo de armar,
Amarelinha, petecas,
E uma corda de pular.

6. A Lua foi ao Cinema – Paulo Leminski

A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.

Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!

Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava para ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.

A lua ficou tão triste
com aquela história de amor,
que até hoje a lua insiste:
– Amanheça, por favor!

7. Guarda-chuvas – Rosana Rios

Tenho quatro guarda-chuvas
todos os quatro com defeito;
Um emperra quando abre,
outro não fecha direito.

Um deles vira ao contrário
seu eu abro sem ter cuidado.
Outro, então, solta as varetas
e fica todo amassado.

O quarto é bem pequenino,
pra carregar por aí;
Porém, toda vez que chove,
eu descubro que esqueci…

Por isso, não falha nunca:
se começa a trovejar,
nenhum dos quatro me vale –
eu sei que vou me molhar.

Quem me dera um guarda-chuva
pequeno como uma luva
Que abrisse sem emperrar
ao ver a chuva chegar!

Tenho quatro guarda-chuvas
que não me servem de nada;
Quando chove de repente,
acabo toda encharcada.

E que fria cai a água
sobre a pele ressecada!
Ai…

8. A Centopeia – Marina Colasanti

Quem foi que primeiro
teve a ideia
de contar um por um
os pés da centopeia?

Se uma pata você arranca
será que a bichinha manca?

E responda antes que eu esqueça
se existe o bicho de cem pés

será que existe algum de cem cabeças?

9. Canção para ninar dromedário – Sérgio Capparelli

Drome, drome
Dromedário

As areias
Do deserto
Sentem sono,
Estou certo.

Drome, drome
Dormedário

Fecha os olhos
O beduíno,
Fecha os olhos,
Está dormindo.

Drome, drome
Dromedário

O frio da noite
Foi-se embora,
Fecha os olhos
Dorme agora.

Drome, drome
Dromedário

Dorme, dorme,
A palmeira,
Dorme, dorme,
A noite inteira.

Drome, drome
Dromedário

Foi-se embora
O cansaço
E você dorme
No meu braço.

Drome, drome
Dromedário

Drome, drome
Dromedário

Drome, drome
Dromedário.

10. Convite – José Paulo Paes

Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.

Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar
se gastam.

As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.

Como a água do rio
que é água sempre nova.

Como cada dia
que é sempre um novo dia.

Vamos brincar de poesia?

11. Se – Paulo Leminsky

Se
nem
for
terra

Se
trans
for
mar.

12. A Canção dos tamanquinhos – Cecília Meireles

Troc…  troc… troc…  troc…
ligeirinhos, ligeirinhos,
troc…  troc… troc…  troc…
vão cantando os tamanquinhos…

Madrugada.   Troc… troc…
pelas portas dos vizinhos
vão batendo, Troc…  troc…
vão cantando os tamanquinhos…

Chove.  Troc… troc…  troc…
no silêncio dos caminhos
alagados, troc…  troc…
vão cantando os tamanquinhos…

E até mesmo, troc…  troc…
os que têm sedas e arminhos,
sonham, troc…  troc… troc…
com seu par de tamanquinhos…

13. As borboletas – Vinicius de Moraes

Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas.

Borboletas brancas
São alegres e francas.

Borboletas azuis
Gostam muito de luz.

As amarelinhas
São tão bonitinhas!

E as pretas, então…
Oh, que escuridão!

14. Meus oito anos – Casimiro de Abreu

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
– Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é – lago sereno,
O céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A vida – um hino d’amor!

Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d’estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minhã irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
– Pés descalços, braços nus –
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
– Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!

15. Ao pé de sua criança – Pablo Neruda

O pé da criança ainda não sabe que é pé,
e quer ser borboleta ou maçã.

Mas depois os vidros e as pedras,
as ruas, as escadas,
e os caminhos de terra dura
vão ensinando ao pé que não pode voar,
que não pode ser fruta redonda num ramo.

Então o pé da criança
foi derrotado, caiu
na batalha,
foi prisioneiro,
condenado a viver num sapato.

Pouco a pouco sem luz
foi conhecendo o mundo à sua maneira,
sem conhecer o outro pé, encerrado,
explorando a vida como um cego.

Você também conhece poemas que marcaram sua infância? Já escreveu uma poesia? Já recebeu uma de alguém querido? Compartilhe nos comentários as poesias que você conhece e acha que mais pessoas gostariam de ler com os pequenos!

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